Scorpions anuncia fim de carreira |
O roteiro da noite será focado nos discos Blackout (1982) e Love at first sting (1984), os mais populares da banda. Músicas anteriores e posteriores a esses trabalhos também entrarão no set list, assim como faixas do álbum mais recente, Sting in the tail (2010).
A primeira vinda da banda ao Brasil foi em 1985, para a primeira edição do Rock in Rio. Em entrevista por telefone, Rudolf Schenker, guitarrista e fundador dos Scorpions, contou ao Correio que guarda boas memórias da ocasião. “Passamos sete dias loucos no país”, lembra o músico, de 62 anos. “Durante o show, eu estava tão empolgado, pulando, que acabei acertando minha cabeça com a guitarra. Fiquei coberto de sangue! Tive que ir ao médico depois. Acredito que o Rock in Rio foi um dos meus auges.”
Escolher os melhores momentos de uma trajetória iniciada em 1969 não é tarefa das mais simples, ainda mais para uma banda cuja popularidade alcançou os quatro continentes e a vendagem de discos chega às centenas de milhares. “Somos uma banda da Alemanha que ultrapassou a barreira de países, religiões e gerações”, comenta Rudolf Schenker. “Tocamos na União Soviética quando ninguém mais pensava em fazer isso. Fomos convidados ao Kremlin por Gorbashev”, continua o guitarrista.
Em 2009, o quinteto, formado pelo vocalista Klaus Meine, os guitarristas Matthias Jabs e Rudolf Schenker, o baixista Pawel Maciwoda e o baterista James Kottak, anunciou sua aposentadoria. Schenker explica que terminar a banda depois desta turnê seria uma maneira de fazer isso em forma, com um disco que vem recebendo elogios de fãs e da crítica: “Além disso, em 2013, eu estarei com 65 anos. Até fazermos um disco e cair na estrada de novo, eu já estaria com 66 ou 67 anos. Já não conseguiríamos pular no palco, dar o melhor de nós ao vivo. É melhor terminar a carreira bem do que definhar na frente do público”.
Palavra de fã
Estudante de direito, Renan Mendes Monteiro, 20 anos, cresceu ao som de Scorpions. “Ouço desde sempre, pois meu pai escutava muito quando eu era criança”, ele conta. Hoje, Renan e o pai, o empresário Leonardo Monteiro, 43 anos, vão ao show com amigos. “É uma oportunidade única de vê-los ao vivo. O repertório, com todos os sucessos, torna o show ainda mais imperdível”, diz Leonardo.
O servidor público Paulo Henrique Candeira, 44 anos, é outro fã que já garantiu seu ingresso para o show de hoje. “Vi a banda em 1985, no Rio, e em 2008, em Goiânia. Eles continuam com a mesma energia”, afirma. O radialista Lelo Nirvana, 41 anos, viu esses e mais outros dois shows dos alemães no Brasil. Para ele, o repertório da atual turnê, com ênfase no disco Blackout, de 1982, é um dos destaques da apresentação: “Foi justamente o primeiro disco que ouvi deles. Pirei com o Blackout! E a partir dele comecei a comprar os outros LPs da banda. Sou fanzão do Scorpions”.
“O diferencial deles é o vocal do Klaus Meine e a pegada das músicas, entre o heavy metal e o rock’n’roll, mas com uma cara mais europeia, diferente do que faziam Led Zeppelin e Deep Purple”, compara o servidor público Diogo Pedro Nery da Silva Cruz, 47.
Além da expectativa para o show, esses fãs compartilham a dúvida se esta será realmente a última vinda da banda ao Brasil. “Não acho que eles vão parar de tocar. O rock rejuvenesce!”, justifica Paulo Henrique. “Acho que eles voltam, pelo menos, para o Rock in Rio 2011”, acrescenta. Diogo vai mais longe: “Brasília ainda verá eles de novo”.
Banda Scorpions |
SCORPIONS
Hoje, às 21h, no Ginásio Nilson Nelson. Show da Get your sting and blackout world tour, da banda alemã Scorpions. Ingressos premium: R$ 420 e R$ 210 (meia); pista/cadeira: R$ 240 e R$ 120 (meia); plateia superior: R$ 140 e R$ 70 (meia). Pontos de venda: lojas
Mormaii e no site www.livepass. com.br. Informações: www.scorpionsbrasilia. com.br. Não recomendado para menores de 16 anos.
» Entrevista com Rudolf Schenker:
Como está a turnê?
Está inacreditável. As resenhas na Europa, EUA, Canadá e México foram ótimas. Os fãs de longa data estão indo aos shows e avisando os amigos para irem também. Não estamos acostumados a receber essas resenhas tão boas, dizendo “o Scorpions está fazendo rock como a Porsche está fazendo carros”. Na nossa idade, fazendo rock? Estamos flutuando no ar!
Você se lembra da primeira vinda da abnda ao Brasil, para o Rock in Rio, em 1985?
Claro! Foram sete dias loucos. Eu tive que ir ao médico, pois estava tão empolgado, pulando, que eu acabei me acertando com a guitarra. Um programa de TV alemão estava lá e me filmou com sangue na cabeça toda. Foram tempos loucos. Acredito que o Rock in Rio foi um dos meus auges. Dois anos atrás eu passei meu 60º aniversário no Rio. Amigos da banda vieram, a banda toda estava lá, amigos do Brasil. Foi fantástico, a vista de Copacabana era incrível. Dançarinas de samba, músicos... foi inacreditável.
Por que terminar a banda?
Sting in the tail é um álbum fantástico. Seria ótimo dizer que não é o fim da carreira. Mas estamos ficando velhos. Talvez não consigamos mais pular. Não sabemos. Queremos dar as pessoas o melhor. Estar no palco e não poder dar o seu melhor é terrível. Então pensamos em ficar três anos em turnê, dar aos fãs músicas do Blackout, de Love at first sting… Terminar a nossa carreira por cima, ao invés de definhar na frente do público.
Como é ficar 40 anos numa banda?
“Bang bang, rock with the gang”. Nós viemos da Alemanha e fizemos tudo errado no começo para descobrir que no final fizemos tudo certo. Se você seguir os seus instintos e tiver paciência você chega a conclusão que fez tudo certo.
Como era a relação de vocês com o cenário do krautrock (o rock mais experimental alemão, muito praticado nos anos 1970)?
O krautrock era muito popular na Alemanha quando começamos, mas nós não éramos krautrock. Eu disse: “vamos tocar em outros países”. Fomos para outros países e lá não soávamos estranhos. Nós éramos completamente diferentes do que se esperava de uma banda alemã. Nós não fazíamos krautrock, cantávamos em inglês… a imprensa alemã não sabia como lidar conosco. Mas conseguimos ótimas resenhas na Inglaterra, no Japão… E a imprensa alemã: “Esses são os Scorpions, da Alemanha?!” Yeah! Daí começaram a escrever sobre nós. Porque quando o krautrock já estava acabando, nós voltamos aclamados, tendo passado pelo Japão e Estados Unidos com sucesso.
Scorpions |
Quais são as suas músicas favoritas da banda?
Rock like a hurricane é uma das melhores. Ele reflete bem os anos 1980. Still loving you também. Wind of change foi a trilha da revolução mais pacifica de todas.
Quem são as suas influências musicais?
Rolling Stones, Pretty Things, Yardbirds, The Kinks. Depois, o Led Zeppelin. O Jimmy Page é um dos melhores guitarristas e produtores do rock.
Que banda você diria que foram influenciadas pelo Scorpions?
Meu irmão que já morava nos Estados Unidos nos anos 1970 me disse que a gente tinha que ir tocar lá, que uma banda chamada Van Halen já está tocando Catch a train. Eddie Van Halen foi influenciado por nós. Yngwie Malmsteen também. Billy Joe Armstrong, do Grren Day, disse que foi influenciado por nós. O vocalista do System of a Down, me disse a mesma coisa. Blly Corgan, dos Smashing Pumpkins também. Influenciamos muitas bandas e estamos felizes por isso.
Como vocês gostariam de serem lembrados?
Uma banda que saiu da Alemanha, ultrapassou a barreira geracional, religiões, países e continentes.
Fonte : http://www.correiobraziliense.com.br
Abç .
1 Comentários:
continue assim que um dia vc sera grande
Postar um comentário